Mais uma questão, mais um pensamento, mais uma reflexão, mais uma comunicação entre dois ou três seres humanos, mais opiniões, mais sentimentos, mais desilusões, mais decisões.
Dependeu tudo de nós próprios?
Não me parece. É como uma reflexão sobre uma situação que não podemos controlar mas que influencia a nossa vida de uma forma directa e intensa. Esperando não desesperar com o desespero de não poder esperar, a crueldade de uma escolha que não depende de nós mas que dela dependente estamos.
Se pensarmos bem, isso ocorre quase diariamente sem nos darmos conta, pequenas coisas, pequenas escolhas com consequências quase imprevisíveis.
Como me disseram um dia"os sábios nunca agem muito tarde nem muito cedo.. agem precisamente quando acham que devem agir"
Ai, como seria mais fácil a nossa vida se se pudesse estalar os dedos a aparecer ou desaparecer, conforme os gostos, é claro.
Pronto, confesso, estávamos a falar de paixão, amor e sexo outra vez, conversas do dia-a-dia portanto! Basicamente falamos da distância que separa duas pessoas, seja ela física ou metafísica.
Um bela frase também, produto de reflexão estrangeira, que diz "não sonhes a tua vida, vive o teu sonho" gerou uma discussão.
"Para viveres o teu sonho tens de abdicar de muita coisa, há sempre sacrifícios a fazer", ouço de um lado, ou melhor, leio, porque o messenger é bem melhor que enviar cartas pelos CTT, mas eu penso, e sempre se diz também no senso comum que "quem corre por gosto não cansa", ou seja, "não é nessa perspectiva que tenho porque se é o teu sonho, o sacrificio não existe", mas "o problema surge quando o teu sonho é diferente da pessoa com quem sonhas".
Pronto, aqui dei conta que falamos mesmo de sentimentos, e que sentimentos esses..
Pois também uma amiga de longa data me diz que "o juízo não se tem, ganha-se!" ao que respondo "ter, tem-se muito, a questão é dar-lhe uso".
Sim, porque como todos sabemos, falar é fácil, se pedirmos a opinião a alguém, esse alguém diz "eu fazia assim, assado, frito e cozido" mas, quando lhes toca a eles, vê-se que afinal dar conselhos aos outros é sempre mais fácil e acertado que a nós próprios.
Por que será?
Será porque o que os outros dizem, é dito com diferente juízo de valor, logo, as consequências que prevemos são bem diferentes?
Continuo a dizer, acredita que têm perfeita noção do que estão a fazer, podem é subestimar essas mesmas consequências.
Isto segue também numa acção que por vezes me dá que pensar, que se dá quando alguém toma uma decisão de deixar algo que gosta, baseada numa acção futura, sem saber se existe a possibilidade de comunhão entre as duas coisas e ainda por cima dizer "isso passa, o tempo cura tudo"!
É o mesmo que fazer cortes na pele, dói mas passa, mas não se esqueçam que ficam cicatrizes. É tempo de fazermos de maneira a não haver tantos cortes, as cicatrizes serão menores. Ou será que só me ficam cicatrizes a mim?
Sacrifícios? Quero pelo menos tentar fazer o que quero, se não tentar então nada vale a pena, não se luta, deixamo-nos estar... esta não é a minha filosofia. Pode dar trabalho, mas se é por gosto não cansa, logo, para mim, isso não se pode chamar de sacrifício.